sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Produtores de Mato Grosso vão atrasar o plantio da safrinha de milho

Melhor período para o desenvolvimento do grão termina neste mês e mesmo assim produtores seguirão cultivo de olho no preço


     Pelo terceiro ano consecutivo, produtores de Mato Grosso vão atrasar o plantio da safrinha de milho, correndo o risco de colher menos caso não chova regularmente no período de desenvolvimento da planta. Apesar do risco do plantio fora da ‘janela’, os produtores lembram que nas últimas duas safras eles também arriscaram, semeando até as primeiras semanas de março e, de cerca forma, colheram bons resultados, ou seja, com produtividades dentro do esperado. A tendência, segundo os analistas, é de que o evento se repita nesta safra, devido ao atraso inicial do plantio da soja por falta de chuvas no início da primavera. O preço da saca em ascensão no mercado futuro também ajuda na tomada de decisão e ameniza o risco.
     Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que até agora foram semeados apenas 626 mil hectares, equivalentes à metade da área plantada no ano passado, neste mesmo período, quando o cultivo também se deu com atraso.
“O produtor vai arriscar, não há outro jeito”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Glauber Silveira. Segundo ele, a janela de plantio está chegando ao limite, por isso o produtor terá de acelerar o trabalho de cultivo até mesmo para tentar recuperar três dias de atraso ocorridos na semana passada devido ao excesso de chuvas em várias regiões do Estado. Os três dias, segundo cálculos da Aprosoja/MT, podem representar atraso de 300 mil hectares no plantio da safrinha. No segmento, a ‘janela de plantio’ é o período limite para uma determinada cultura ser plantada e assim garantir condições climáticas ao seu melhor desenvolvimento. No caso do milho safrinha no Estado a ‘janela’ se fecha no próximo dia 28.
“Normalmente costumamos encerrar o período de semeadura no final de fevereiro, porém, como houve este atraso (tanto no cultivo da soja como agora na colheita), o produtor terá de estender este período até as primeiras semanas de março”, frisou.
Institutos agronômicos recomendam encerrar a semeadura de milho segunda safra no mês de fevereiro, em algumas regiões até o dia 20 e, em outras, no máximo até o dia 28, respeitando assim a janela ideal para um plantio seguro. Baseado nesta recomendação o Imea projetou a área que deverá ser semeada em 2011 e o número ficaria até 7% inferior ao plantado no ano anterior.
PRODUÇÃO - Destaque no ano passado, a produção de milho safrinha no Estado está projetada para o ciclo 10/11 em 7,64 milhões de toneladas, conforme último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área apresenta queda de 7,51%, recuando de 1,99 milhão de hectares para 1,84 milhão de hectares.
     Segundo Glauber Silveira, os bons preços levam os produtores a ficarem mais dispostos e correr o risco de concluir o plantio da safrinha com atraso. A expectativa é de que os preços continuem em alta até a colheita. Segundo levantamento do Imea, com pouco milho disponível no interior do Estado, os preços continuam subindo neste período de entressafra. O pouco de milho que resta da safra passada está sendo usado no consumo local de ração. Em Campo Verde, a saca encerrou a semana cotada a R$ 22,10, melhor preço ofertado em Mato Grosso, seguido de Canarana, onde a saca foi comercializada por R$ 19,70. Sorriso e Sapezal tiveram preços cotados a R$ 19,40 e, Diamantino, R$ 19,50.


     O mercado futuro se mantém mais aquecido do que o disponível, apresentando um maior volume de negócios para entrega no mês de julho, com pagamento na entrega ou até mesmo em agosto. Um exemplo mais claro disso foi visto em Campo Verde que teve negócios durante a semana com a saca valendo R$ 18,50 para entrega em julho.
     No oeste do Estado, em Sapezal, foram registrados preços de R$ 15,80 e, no médio norte, as indicações ficaram em R$ 15,50/saca na região de Sorriso. Na avaliação dos especialistas, a diferença dos preços observada entre os mercados futuro e disponível evidencia mais uma vez o momento de pouco milho à disposição dos compradores, acelerando os preços do produto em todo o Estado.

Fonte: Famasul / Amambai Noticias.

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